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Notícia

Comerciantes cobram mais segurança no Centro de Joinville

  • Mauro Artur Schlieck -

A Comissão de Proteção Civil fez uma audiência pública nesta terça-feira (9) para debater a segurança pública no Centro da cidade. A discussão foi proposta pelos vereadores Pastor Ascendino Batista (PSD) e pelo presidente da Câmara, vereador Maurício Peixer (PL). O encontro no plenário da CVJ reuniu vereadores, lojistas, representantes da Prefeitura e da Polícia Militar. Entre as soluções apontadas, aumento do efetivo policial e apoio para campanhas contra a doação de esmolas nas ruas do Centro.

O presidente da comissão responsável pela audiência, Pastor Ascendino, declarou que o crescimento da população de rua é o retrato da miséria social que se aprofunda no país. Para ele, é reação aos altos índices de desemprego, arroxo salarial, consumo de entorpecentes, violência e falta de políticas públicas eficientes.

Primeiro grupo a se manifestar na reunião, os comerciantes usaram a tribuna para relatar os problemas que enfrentam no âmbito da segurança pública. O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/Joinville), José Carlos Ramos, também cobrou aumento do efetivo policial e classificou a questão como um problema político.

Laercio Batista disse que existe uma "organização criminosa" que atua no Centro de Joinville e que há troca constante de traficantes na região da Praça da Bandeira. Ele questionou a ausência de placas contra a doação de esmolas.

Outro comerciante, Adelar Correa pediu que, além do aumento do efetivo policial, seja feito um plano de ação na busca de soluções para o tema. Para a questão dos traficantes, Adelar sugeriu que a polícia "desse uma volta" com eles.

Essa última sugestão de Adelar foi defendida pelo lojista Alexandre Brandão. Brandão também declarou que há uma "milícia" que recebe para defender estabelecimentos na área central da cidade. "Há mais de 20 anos pago R$ 300 por mês para a milícia. A milícia defende minhas lojas", afirmou.

O que disse a Polícia Militar

De acordo com dados apresentados pelo comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Celso Mlanarczyki Junior, entre os anos de 2019 e 2021, em meio à pandemia de covid-19, os bairros da área central de Joinville apresentaram queda de 28% nos casos de furtos a comércios. Os casos de roubo (furto com violência à vítima) também apresentaram queda, de 21%. Com relação ao tráfico de drogas, o comandante do 8° BPM disse que houve aumento de 22% nas ocorrências.

O representante da Polícia Militar ainda informou que, somente em 2021, 1.756 pessoas foram detidas nos bairros da área central de Joinville.

Celso Junior esclareceu que há casos em que "ondas de furto" em uma determinada semana passam uma impressão que há muitos casos em prática, porém salientou que uma análise em um espaço temporal maior pode não confirmar essa impressão.

Entre as possibilidades de soluções, Celso Junior apontou a necessidade de apoio da Prefeitura para a instalação de câmeras inteligentes. Ele também defendeu a valorização do policial e o uso da rede de vizinhos.

Sobre as pessoas em situação de rua, Celso Junior afirmou que se a pessoa quer morar na rua, é um direito dela, entretanto cobrou da Secretaria de Assistência Social soluções práticas para a questão.

O que disseram os outros convidados

O representante da Associação Diocesana da Promoção Social (Adipros), Fernando Baraúna pediu para que os moradores em situação de rua não fossem taxados como criminosos e ressaltou que muitos são aliciados pelo crime. Na opinião de Fernando, "há muita gente vindo pra cá, como muitos imigrantes que vieram no passado. É nosso tempo de dar oportunidade e não deixar se multiplicar ainda mais essa realidade tão gritante na cidade".

O secretário municipal de Proteção Civil, Paulo Rigo, destacou as ações do município que contribuem para a diminuição da criminalidade, como investimentos na iluminação pública, o embelezamento das praças e a criação de um cinturão de monitoramento da cidade, esse último em andamento.

A defesa da campanha contra a doação de esmolas também foi defendida pela representante da pasta de Assistência Social, Fabiana Cardozo. Para ela, a campanha é um processo educativo para comunicar que a ajuda correta é encaminhar as pessoas em situação de rua para o Centro Pop.(Jornalismo CVJ - Jeferson Luis dos Santos)

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